Artigo de opinião | Quando a cerveja artesanal se junta ao melhor da gastronomia

05 Mai 2023

A cerveja é a 5.ª bebida mais consumida no mundo (a seguir ao chá, água engarrafada, leite e refrigerantes), sendo a mais consumida entre as bebidas alcoólicas e também uma das mais antigas.

Em Portugal, segundo um estudo da Nova School of Business & Economics para a Associação de Cervejeiros de Portugal, o setor da cerveja representa um mercado de cerca de 2,6 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 1,5% do PIB, dando emprego a mais de 2.600 colaboradores, distribuídos por mais de 100 empresas.

O consumo de cerveja per capita em Portugal é de 53 litros (dados de 2019), abaixo da média da União Europeia (69 litros), mas praticamente com o mesmo registo do consumo de vinho.

O mercado da cerveja português é dominado por dois grandes grupos cervejeiros que conjuntamente detêm uma quota de mercado próxima dos 90%! Mas, o mercado da cerveja artesanal está em forte crescimento de norte a sul do país e a tendência é continuar a evoluir favoravelmente, com mais de uma centena de marcas à venda sobretudo em cafés, bares, restaurantes e hotéis.

Muitos destes negócios deram os primeiros passos em garagens para depois darem o salto para unidades fabris, com a criação de mais empregos e um contributo crescente para a economia nacional. Só em 2021 — de acordo com os dados mais recentes publicados pela Marktest, conquistaram o palato de 686 mil consumidores (o valor mais elevado de sempre), número que representa cerca de 8% dos portugueses com 18 e mais anos de idade.

O grupo etário com mais hábitos de consumo de cerveja artesanal está entre os 55 e 64 anos, representando 1 em cada 4 consumidores desta bebida. O consumo de cerveja artesanal apresenta também diferenças entre as classes sociais, com os indivíduos de classes mais altas a revelarem taxas de consumo duas vezes acima do valor médio.

Em Portugal, ao contrário da maioria dos países europeus, o consumo de cerveja artesanal é essencialmente feito fora de casa, ocupando o primeiro lugar deste ranking, com quase 70% das vendas realizadas em bares, cafés e restaurantes e é, tal como o café, um hábito social arreigado na nossa cultura.

Atenta à importância crescente do setor da cerveja artesanal, a Associação Empresarial de Braga (AEB), em parceria com a irreverente e “minhota” Cerveja Letra, está a promover, durante o mês de maio, uma inédita Rota da Cerveja Artesanal – uma iniciativa que junta 27 estabelecimentos de Braga e Vila Verde que harmonizam os seus petiscos com as sete letras do “abecedário” da Letra, em que cada Letra representa um estilo de cerveja artesanal.

A iniciativa pretende, por um lado, promover e dinamizar o consumo de cerveja artesanal, aumentando a cultura cervejeira do consumidor final (e dos profissionais do setor), dando a conhecer a enorme variedade de estilos de cerveja artesanal, o seu elevado potencial de harmonização gastronómica, assim como o seu caráter inovador e distintivo face às cervejas industriais, procurando, deste modo, fomentar maiores hábitos de consumo de cerveja artesanal e alargar a sua base de consumidores regulares.

Por outro lado, a Rota da Cerveja Artesanal pretende estimular a inovação no setor da restauração, procurando fomentar a criação de experiências gastronómicas memoráveis que realcem as caraterísticas sensoriais da cerveja artesanal e dos respetivos petiscos, ao mesmo tempo que se aumenta a atratividade e visibilidade dos estabelecimentos aderentes, com o propósito final de se atrair e reter novos clientes.

O menu disponibilizado por cada estabelecimento é sempre composto por um petisco e uma cerveja artesanal com um preço promocional de 4 euros. E a ideia subjacente à Rota é desafiar os consumidores a provar os diferentes tipos de cerveja artesanal, conjugados com os respetivos petiscos, como se de um menu de degustação se tratasse, com a liberdade de cada um poder construir um roteiro de acordo com os seus gostos e preferências.

Com base na experiência e expertise da AEB na organização deste tipo de iniciativas, na notoriedade e reputação da cerveja Letra, na excelência dos menus propostos pelos aderentes e no preço altamente competitivo associado a esta campanha, estou certo que a Rota da Cerveja Artesanal vai ser um enorme sucesso (esperando-se o envolvimento de mais de 25 mil clientes já na primeira edição) e passar a fazer parte do calendário anual das ações coletivas promovidas pela AEB para dinamizar a atividade económica.

A minha expectativa é que a realização anual desta Rota impacte o consumo de cerveja artesanal na região, do mesmo modo que o “Verde Cool” tem promovido o consumo de Vinho Verde.

Fica, por isso, o desafio aos leitores para que aproveitem esta campanha para realizar uma viagem sensorial pelos aromas e sabores únicos da cerveja artesanal, harmonizados com o melhor da gastronomia da região. A única questão que se coloca é decidir quantos amigos levar nesta viagem, porque os melhores prazeres da vida são para ser saboreados na melhor companhia.

artigo de opinião do Diretor Geral da AEB, Rui Marques, no Jornal Correio do Minho

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