A perceção dos Bracarenses sobre o Turismo

03 Nov 2023

Na passada semana, a Associação Empresarial de Braga (AEB) apresentou os resultados do Estudo “Impactos do Turismo na cidade de Braga, na perspetiva dos residentes”, um trabalho científico desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa para a AEB que tem como objetivo central avaliar as perceções e atitudes dos Bracarenses, em relação ao impacto do setor turístico na cidade, com vista promover uma maior integração entre os residentes e os visitantes.

A concretização deste estudo revela o compromisso da AEB de contribuir ativamente para o processo de desenvolvimento e afirmação do destino Braga, fazendo-o em parceria com o Município e com todos os operadores económicos ligados, direta ou indiretamente, à atividade turística.

O estudo além de ser uma excelente prática de gestão, assume um caráter verdadeiramente pioneiro por ser promovido por uma associação empresarial que tem por missão a defesa dos interesses das empresas.

A AEB, com este projeto, demonstra que pretende promover um programa estruturado de ações de desenvolvimento do setor que assegure uma atividade turística social e ambientalmente sustentável, fomentando uma maior e melhor integração entre os residentes e turistas, de forma a estimular a qualidade de vida dos residentes e, simultaneamente, potenciar uma maior retenção de valor para a comunidade, em resultado da atividade turística.

Para o efeito, é crucial que os residentes (e as suas estruturas representativas) estejam alinhados e comprometidos com a estratégia de desenvolvimento do turismo e da cidade e não contra ela. E para se alcançar esse desiderato é necessário auscultar e sentir o pulso, com regularidade, de todos os interessados, nomeadamente dos empresários e dos residentes.

Ambicionamos todos que Braga tenha uma atividade turística autêntica, genuína e diferenciada, e que esta não prejudique a qualidade vida dos residentes. O nosso sucesso depende deste equilíbrio. Sem esquecer que os turistas gostam de visitar e recomendar as cidades onde gostariam de viver. Portanto, a autenticidade do destino e o equilíbrio entre a atividade turística e a qualidade de vida dos residentes é a garantia de um turismo sustentável e, à semelhança da maioria dos Bracarenses, creio que o turismo em Braga tem ainda um enorme potencial de crescimento, sem que se belisque a qualidade de vida de quem aqui vive e trabalha.

Passando em revista as principais conclusões do estudo, a primeira nota de destaque vai para o facto da esmagadora maioria dos Bracarenses ter uma perceção altamente positiva sobre o turismo na cidade, com cerca de 90% dos inquiridos a reconhecer efeitos positivos ou muitos positivos do turismo em Braga.  Além disso, aproximadamente 84% dos inquiridos considera que ainda há espaço para um crescimento do número de visitantes de Braga, sem que se coloque em causa a qualidade vida dos residentes.

Quando questionados sobre a cidade enquanto destino turístico, os Bracarenses consideram que Braga é uma cidade acolhedora e atrativa para os turistas e que o turismo traz notoriedade à cidade.

Relativamente aos impactos socioculturais, os Bracarenses consideram que o turismo trouxe um maior dinamismo cultural à cidade e que tem um importante contributo para revitalização da vida social e cultural e para o aumento da qualidade de vida dos residentes e, também, para o aumento da segurança pública.

No que diz respeito aos impactos económicos, os benefícios mais reconhecidos pelos inquiridos correspondem à dinamização do comércio local, à criação de novos negócios e de novos postos de trabalho e à melhoria das infraestruturas (estradas e estacionamento).

Por fim, a nível ambiental, verificou-se que os impactos percecionados pela maioria dos Bracarenses foram também muito positivos, estando relacionados com a revitalização e recuperação do património, a melhoria da paisagem natural e o aumento da consciencialização ambiental dos próprios residentes.

Em termos de constrangimentos associados ao turismo, embora os resultados tenham demonstrado que os efeitos negativos do turismo não são tão percetíveis pelos residentes, uma minoria demonstrou preocupações com o aumento da especulação imobiliária, a diminuição de alojamento disponível para os residentes e o aumento dos preços das atividades turísticas. O aumento/congestionamento do tráfego e o aumento do ruído e lixo foram as principais preocupações demostradas pelos residentes inquiridos relativas aos efeitos menos positivos do turismo.

Quando desafiados a fazer comentários e/ou sugestões sobre o futuro do turismo em Braga, as respostas incidiram, essencialmente, na preservação e promoção da identidade cultural e no reforço da acessibilidade, informação e comunicação com os turistas.

“Não percam o que é nosso”; “O turismo é a alma da cidade”, “Há que promover as dormidas e a economia noturna”, “Temos de melhorar a acessibilidade, as informações e a divulgação de tudo o que Braga tem para oferecer aos turistas”, “Deveriam existir mais programas que beneficiassem não só os turistas, mas também os residentes” foram alguns dos contributos dados pelos inquiridos, que revelam o grande interesse dos residentes em estar envolvidos com a estratégia de desenvolvimento do setor.

O contributo do turismo para o desenvolvimento transversal da economia bracarense será evidente e incontornável nas próximas décadas. É um setor com fortes ligações a outras dimensões da economia, como sucede com o comércio, restauração, serviços, transportes, imobiliário, cultura e produtos locais, aportando valor e atratividade à generalidade do tecido empresarial e contribuindo fortemente para o saldo positivo da balança comercial, a criação de emprego e riqueza na região.

Assim, com base nos resultados, a equipa responsável pelo desenvolvimento do estudo propôs um conjunto de prioridades estratégicas e recomendações da maior relevância para intervenções futuras da AEB e do próprio Município, em termos de planeamento estratégico e de definição de medidas para sustentar e reforçar a proposta de valor do destino Braga.

Braga é uma cidade acolhedora e apaixonante. Uma cidade que recebe bem e que está empenhada em continuar a afirmar-se como a principal referência em Portugal na promoção de um crescimento sustentado da atividade turística em harmonia com a atividade diária de quem aqui vive e trabalha.

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